O Rosto da Mãe
Observe o rosto da mãe.
Ela passa por momentos em que as contrações ficam mais intensas, até que o nenê sai, ocorrendo aí uma sensação de alívio, expansão e prazer, em que a mãe vai ver seu filho.
A mãe contata o filho. Olha-o, escuta seu choro, seus sons. Pega com a ponta dos dedos a mãozinha da criança. Toca seu ombro, fala com ele, acaricia seu tronco.
Existe uma dança vibratória entre mãe-filho-mãe, que ordena os movimentos. O nenê vê, cheira, suga e escuta. Sua atenção é plena.
A penumbra da sala de parto é envolvida pela emoção e por um som profundo e silencioso. Corta-se o cordão, a mãe pega o nenê e o aconchega da sua mama.
Na maior parte das vezes, o nenê mama. Ele já nasce sugando.
A média de tempo de dequitação da placenta é de vinte minutos. Cortamos o cordão quando ele para de pulsar.
O nenê, quando nasce, tem consciência do que acontece. Ao contrário de nós adultos que ano recebermos uma informação confrontamos com o que temos na nossa memória, comparamos e analisamos, o recém-nascido sente as impressões, o cheiro da mãe, seu ritmo, seu toque, muito mais sutil e intensamente que nós. Seus filtros ainda não estão elaborados pela domestificação. Sua percepção é direta.
Se existe tensão no ar, esta é sentida. Se existe rechaço, este é aceito. Se existe amor, este impressiona.