Bárbaros e Indômitos

Idiomas

  • Posted on: 23 October 2018
  • By: claudio

"Em 1554, Anchieta referia-se aos índios, declarando-os de tal forma bárbaros e indômitos. Que parecem aproximar-se mais à natureza das feras que à dos homens". Anos mais tarde em 1562, era ainda maior a desilusão do Apóstolo do Brasil: "[...] para este gênero de gente não há melhor pregação que a espada e vara de ferro [...]".

Da projeção dos seus desejos reprimidos, esses jesuítas imprimiram o pecado nos índios que viviam prazerosamente e sem culpa. Raivosamente tentam salvá-los da fé que têm em seus valores espirituais, destruindo seus mediadores.

Bartolomé de las Casas, frade dominicano, escreve em 1542 aos 40 anos: "Tudo que se comete nas Índias em relação aos índios é injusto e tirânico". "Os índios morrem antes da hora".

Bartolomé passa o resto de sua vida em defesa dos índios, despertando o ódio dos "conquistadores". Morre aos 92 anos como Bispo de Chiapas.

Mas é assim que Anchieta refere-se ao Pajé:

“Jaz por terra o velho engano, guarda ao rebanho. Agora a matilha de Deus, cujos latidos afastam lobos raivosos e traiçoeiros. Se te prender algum dia a mão dos guardas, gemerás em vingadora fogueira ou pagará em sujo cárcere o merecido castigo...”.   

Os índios eram fortes e saudáveis. Os portugueses chegavam em navios infectos, cheios de doenças desconhecidas para os locais. A medicina indígena era superior à europeia, mas não conseguiu deter as epidemias que cruzavam os mares.