Bárbaros e Indômitos
"Em 1554, Anchieta referia-se aos índios, declarando-os de tal forma bárbaros e indômitos. Que parecem aproximar-se mais à natureza das feras que à dos homens". Anos mais tarde em 1562, era ainda maior a desilusão do Apóstolo do Brasil: "[...] para este gênero de gente não há melhor pregação que a espada e vara de ferro [...]".
Da projeção dos seus desejos reprimidos, esses jesuítas imprimiram o pecado nos índios que viviam prazerosamente e sem culpa. Raivosamente tentam salvá-los da fé que têm em seus valores espirituais, destruindo seus mediadores.
Bartolomé de las Casas, frade dominicano, escreve em 1542 aos 40 anos: "Tudo que se comete nas Índias em relação aos índios é injusto e tirânico". "Os índios morrem antes da hora".
Bartolomé passa o resto de sua vida em defesa dos índios, despertando o ódio dos "conquistadores". Morre aos 92 anos como Bispo de Chiapas.
Mas é assim que Anchieta refere-se ao Pajé:
“Jaz por terra o velho engano, guarda ao rebanho. Agora a matilha de Deus, cujos latidos afastam lobos raivosos e traiçoeiros. Se te prender algum dia a mão dos guardas, gemerás em vingadora fogueira ou pagará em sujo cárcere o merecido castigo...”.
Os índios eram fortes e saudáveis. Os portugueses chegavam em navios infectos, cheios de doenças desconhecidas para os locais. A medicina indígena era superior à europeia, mas não conseguiu deter as epidemias que cruzavam os mares.