A Influência das Comodidades da Vida Civilizada na Deterioração do Parto e da Vida Sexual Humana
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Responsabilidade das comodidades da vida civilizada na deterioração do parto e da vida sexual humana
Estudo comparativo entre mulheres civilizadas e habitantes de algumas reservas indígenas do Brasil
Introdução
Estes estudos foram sendo elaborados ao fazermos campanhas de prevenção ao câncer ginecológico no sul do Brasil, que se iniciaram no período de 1970, quando examinamos e entrevistamos mais de 1000 mulheres de etnias autóctones. Kaigangue, Guarani, Xokleng e Maká.
A partir de 1980 visitamos outros lugares (no Brasil), onde pudemos conversar com diversas parteiras tradicionais de outros grupos assim como as populações de outros países da América Latina e Himalaia.
O tema deste trabalho vai ser respondido por partes:
- Como é o parto das etnias em que trabalhamos - a posição para parir é vertical, de cócoras ou de joelhos.
- Sua habitação original - onde não se usavam cadeiras, sentando-se em posturas autônomas, em bancos baixos, de cócoras, de pernas cruzadas em cima de esteiras, com o chão batido e o fogo no centro, descansando em redes.
A habitação situava-se no meio do mato, diferente das aldeias que encontramos na época de nosso trabalho. A Funai havia construído casas de madeira, lado a lado, para reunir os índios da reserva. Pareciam estar favorecendo com habitações melhores. Não foram aceitas de imediato. Só depois que foi feita atrás, separada a cozinha de chão batido. Com estas casas iniciou-se o uso de cadeiras. Eram mais recentes.
A aldeia com casas juntas é uma maneira de vida que vem da Europa.
- A maneira que levam seus filhos - nas costas, sustentados por uma faixa de “imbira”, um cipó, ou ao lado do corpo, apoiado no quadril, com um pano, como a etnia Guarani.
- Sua alimentação original - onde não usavam açúcar e sal, vivendo da agricultura da mandioca, do milho, frutos, da caça e da pesca.
- Sua história familiar - onde ter filhos é a grande alegria da mulher. Ter uma família grande e amamentar até o nascimento de outro filho. Isto se traduz em poucas menstruações durante a vida fértil. Por sua vez estando a mulher grávida ou amamentando, suas células estão sob a proteção dos hormônios luteinizantes, não sujeitas a ação proliferativa do estrogênio.
Como consequência as janelas imunológicas fechadas pela gravidez e amamentação sofrem menos com a ação dos eco estrogênios sintéticos, hoje dispersos em grandes quantidades no nosso ambiente, pela agricultura química, resíduos industriais, as dioxinas. Todos estes produtos que atuam nos receptores de estrogênio das células, sendo muito mais potentes que os naturais, e diretamente como mutagênicos. São definidos como disruptores endócrinos, ou metaforicamente piratas endócrinos, competindo com os estrogênios da própria pessoa.
- Sua visão de mundo - em que é parte interdependente de tudo que os cerca. Fazem parte do ambiente, assim como os outros animais, plantas, rios, cristais e estrelas (SLIDE 2)
Com o desbravamento do Genoma, sabemos que todos os seres vivos têm em comum o DNA e que é comum a 99% das espécies.
Isto é totalmente o oposto ao que René Descartes, que afirmava que os humanos haviam recebido de Deus o dom dos sentimentos e inteligência, e explicava os animais e a Natureza como máquinas: “quando um cão está ganindo, aparentemente não está sentindo nada; o ganido seria apenas a passagem do vento por estruturas vocais...”
A visão inserida no ambiente, em que tudo é vivo e tem consciência, traz o respeito consigo e ao entorno, pois sentem-se parte do Todo.
O oposto, a visão etnocêntrica e mais ainda antropocêntrica, causa consequências no relacionamento que se estabelece entre os seres vivos. Nos civilizados a visão antropocêntrica vem de Aristóteles que colocava os Deuses acima de tudo, depois uma cadeia descendente, tendo o homem abaixo dos Deuses, e o resto dos outros seres abaixo.
É esta visão que passa para a Igreja Católica, através de São Tomás de Aquino, e que percorre o mundo com o colonialismo, permitindo “desalmar” o Outro. Ao coisifica-lo pode explorar e fazer bem o que quisesse, sem problemas de consciência ou religião.
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Na reserva indígena de Xapecó, durante os exames, vimos que mulheres mais velhas com 10 ou mais filhos, tinham seus períneos íntegros. Não havia ruturas nem apresentavam incontinência urinária de esforço, cisto e retocele. Não evidenciamos prolapsos genitais, ao contrário do que costumávamos ver nas populações vizinhas.
Isto era o oposto do que víamos nas cidades ao redor das aldeias.
As índias mais jovens com um, dois até três filhos, tinham seu estado perineal pior do que a das avós.
Por quê?
As índias mais velhas pariam de cócoras em banquinhos baixos. As índias mais novas pariam no ambulatório da reserva com ajuda da enfermeira. Estas enfermeiras de tudo atendiam. Nas reservas não há médicos. Elas aprenderam a fazer parto com os médicos, e como aprenderam assim faziam nas índias: deitados e com episiotomia.
Seguiam as instruções dos médicos da Fundação Nacional dos Índios. E estes eram formados pelas faculdades de Medicina do Brasil. A maioria não tinha especialidade na época.
Daí saiu nosso primeiro trabalho “Não perturbem o parto índio. Parto de Cócoras e Deitado em Confronto”, apresentado em 1975 no Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro, aonde descrevemos as desvantagens da posição deitada para o parto.
No ano de 1975, ainda preconizava-se que a mãe ficasse deitada de lado no período de dilatação, nas salas de pré-parto. No período expulsivo colocava-se a mãe na posição deitada com as pernas elevadas.
Hoje, após ter estudado a história da obstetrícia, não tenho dúvida que quem deitou as mulheres foram os homens. Historicamente o primeiro parto deitado aconteceu em Paris.
Foi no nascimento do filho de Luís XIV, que quis assistir o parto.
Quais as diferenças que acontecem com o organismo de uma mulher grávida quando deitada ou de cócoras?
1 - Como se comporta a pressão hidrostática (SLIDE 16)
vemos que de pé a maior pressão do líquido é nos pés. Deitada é igual. E na posição de cócoras é na pélvis, pois os membros inferiores ficam comprimidos, diminuindo o espaço vascular. Na mulher grávida, existe um aumento da vascularização na pélvis, com menor resistência. Isto aumenta o aporte de sangue para a região, cuja função é a nutrição e oxigenação da criança.
2 - Diagrama dos ossos da pélvis mostrando a retificação do canal do parto nas diferentes posições.
3 - Esquema da força de expulsão - ao deitarmos a mãe, a força de gravidade atua perpendicular a coluna, e a força de expulsão em direção paralela ao organismo da mãe. O trajeto da criança é ascendente. (SLIDE 16)
4 - Estas imagens de um nascer deitado - não gosto de mostrar, mas ilustra o que acontecia. (SLIDE 15)
5- Vamos olhar os diagramas do olhar (SLIDE 12 E 13)
Considero esta parte da explicação de muita importância, pois aí é que vamos atuar diretamente no nosso comportamento. E é aqui que a visão de mundo que temos, ou que o ocidente tem e teve que permitiu a posição deitada para o nascimento.
Ao colocar-se acima dos outros animais, negando a possibilidade de sentimentos e pensamentos, e também ao colocar a mulher como um ser abaixo de si, o homem ocidental , transformou o parto numa ação técnica, em que a Vida tornou-se secundária a ação tomada.
Antes algumas perguntas:
Ao iniciar o andar qual a parte do corpo que se movimenta primeiro, os pés?
Não, é a cabeça aonde temos os nossos centros sensoriais, visão, audição, olfato.
Nós somos seres sensoriais, visão, audição, olfato, gosto e tato.
Onde está o olhar da mãe?
Quando a mãe esta deitada aonde ela olha? Para cima.
O neném está nascendo lá embaixo. Ao deitar (posição da relação sexual, de ser fecundada, amada, ter orgasmo, e repouso, para dormir) dissocia-se o nascer.
A mãe olha para o teto. Seu neném está lá embaixo, e quando nasce olha para quem ou o quê?
O parto passa a ser feito por alguém.
O que acontece com o fluxo de sangue ao deitarmos uma mulher grávida?
O útero comprime a veia cava, que tem uma pressão de 4 mm de Hg e menos intensamente a artéria aorta cuja pressão é de 80 mm Hg.
Ao deitarmos a mãe o útero abaixa e comprime a veia cava, o que faz com que o retorno venoso ao coração diminua. Ao acontecer isto os receptores adrenérgicos do coração são ativados, e são disparados, provocando vaso constrição periférica, na artéria renal e nas artérias uterinas. Menos sangue para o rim e para o útero. Em consequência menos sangue e oxigenação para a criança.
Efeito mais dramático é o choque por hipotensão supina.
Efeito adrenérgico é inibidor da secreção de endorfina e ocitocina.
Adrenalina é disparada quando o organismo está em perigo, e está associado ao ataque ou defesa, ou seja, medo.
O parto é a culminância de um crescer, aprender e viver.
Vejamos as imagens de um parto de cócoras, e quero que observem o rosto das mães. Este movimento do corpo é comum a todas elas. (SLIDE 9, 10 E 11)
No nascimento o neném faz os movimentos de rotação espontaneamente. Precisamos apenas ajudar, dar sustentação.
Ao nascer a mãe toca o neném, e se estimulada após contatá-lo, leva ao peito. O neném aconchegado vai em direção a mama e suga.
Na posição vertical, os movimentos de hiperextensão, aumentam o canal do parto e o retifica. Ao soltar o ar a pressão na vagina diminui. Este relaxamento protege o períneo.
Simultaneamente vai acontecendo o nascimento, a criança roda e desprende sua cabeça, e o movimento de hiperextensão dá lugar ao curvar-se para frente. Neste movimento o olhar da mãe vai encontrar o filho que nasceu de dentro de si.
Olhar em silêncio, muita emoção, sussurros de amor, escuta, sons, ultrassons e cheiros.
Toca com delicadeza o ombro.
Timidamente o pega e leva-o ao colo. Aconchego.
Deixa-o perto da mama, e a criança busca o mamilo, e suga.
6 - Diagrama do imprint
Foi ao ler o trabalho de Konrad Lorenz, no seu livro “Ele falava com os pássaros e animais”, que defrontei com sua definição de imprint. Lorenz para melhor estudar o comportamento de patos selvagens, começou a criá-los. Colocou seus ovos numa chocadeira. Um patinho ao romper a casca viu Konrad. A partir deste momento passou a segui-lo e o identificou como sua mãe. O primeiro olhar do filhote de pato, identifica a ligação com a mãe através do primeiro olhar. Lorenz definiu este momento como “Imprint”. (SLIDE 13)
O neném nasce e passam tanto a mãe quanto a criança, e quem estiver junto participando no parto, por um período de atenção intensificada.
É um momento de Presença. Em todo o Nascer há o fator de Presença.
7 - Este é o esquema simplificado que acontece no nível de neurotransmissão (SLIDE 19)
Estes acontecimentos são bases prototípicas para as próximas vivências.
A endorfina e a ocitocina vão aumentando no decorrer do trabalho do parto. A endorfina atua diminuindo a sensibilidade a dor. A ocitocina é o hormônio da sociabilidade, da ligação entre os seres.
A endorfina é estimulada pelas contrações rítmicas uterinas.
Quando ocorre o nascimento a endorfina está alta, tanto na mãe, no cordão umbilical e no neném.
Ao nascer cessam as contrações e as sensações dolorosas, e após o esforço da contração de expulsão, expressão, vem a expansão.
A mãe e o filho estão plenos destes neurotransmissores que propiciam bem estar e sensações de prazer e expansão.
Ao amamentar a ocitocina aumenta ainda mais.
Estes neurotransmissores são a bioquímica do encontro entre a mãe e o filho.
Posso dizer que este campo que se estabelece, atua em todos os participantes deste momento de dar a Luz.
Para quem nasce, o toque suave, as caricias, os cheiros, abraços, beijos, o sugar e ser alimentado. Alimentado e envolvido por Amor. São em momentos assim que somos concebidos.
E é também no nascimento que como recém nascidos, temos a nossa primeira experiência de amar. Ser tocados, acariciados, escutar os sussurros, choramingar, aconchegar-se.
Se observarmos os eventos que acontecem no parto, as contrações uterinas, e o nascimento se dão em direção a Terra. O ápice é o nascimento e o encontro entre a mãe e o filho.
Na concepção, o movimento é em direção ao centro. No momento do orgasmo, contrações vaginais vão para dentro e o espermatozoide ejetado é aspirado pelo útero. (SLIDE 18)
Comparemos com o que acontecia há 50 anos atrás:
- A mãe olha para o teto, o neném nasce lá embaixo.
Faça força, empurre. Às vezes sobem em cima da barriga da mãe e empurram.
- A criança nasce e leva uma palmada. (SLIDE 12 e 15)
“ O neném não sente seu sistema nervoso não está formado ainda. O choro deixa o pulmão mais forte.”
Não se enxerga o que se vê: o choro de medo, desamparo e dor.
O médico faz o parto, a enfermeira mostra para a mãe.
O pediatra examina faz todas as manobras. Aspira com sonda endonasal até o estomago, pesam, lavam, enrolam, pingam nitrato de prata, dão injeção de vitamina K.
A criança é levada para a mãe, que o olha, que lindo. Fica um pouco e vai para o berçário para ser bem cuidado por uma enfermeira. Lá fica com outras 30 crianças, sendo levado para a mãe para mamar a cada 3 horas, depois de uma observação criteriosa pelo médico [que lá não fica direto].
E vai mamar cada 3 horas, pois a disciplina começa no berço, conforme nos ensinaram os pediatras de escola alemã da década de 1950.
Crianças nascem com um alto nível de consciência, com o cérebro pronto com sistemas importantes para conhecer, aprender e formular hipóteses de como o mundo funciona.
É desde o útero e no nascimento que se aprendem as bases para o viver.
“ Os bebes são mais conscientes do que nós” - estudos científicos mostram que os bebes são mais abertos às experiências e aprendem com mais facilidade [The philosophical baby, Gopcik Alice. Universidade de Berkeley, Califórnia]
Seu cérebro está “virgem” e aprende mais que um adulto.
8 – E o períneo? A mulher depois do parto fica sem tônus na musculatura vaginal!
Ruturas imensas? Só as índias com os hábitos de vida delas é que suportam um parto assim.
Nós acompanhamos até 1988, 12 mil partos de cócoras na cidade de Curitiba, numa população de 20 mil mulheres “civilizadas”.
O gráfico das ruturas de períneo nas nulíparas, em partos deitados e de cócoras está acima. (SLIDE 36, 37 e 38)
Surpresa! Trinta por cento das mães nulíparas não tem ruturas. Considerei rutura de primeiro grau, inclusive as lacerações, e foram de 30%. As ruturas de segundo grau foram de 35%. As episiotomia em 4%.
E a função da episiotomia no parto vertical?
Em primeiro lugar causa mais sangramento, pela pressão hidrostática que é maior na pélvis como já mostramos antes.
E se olharmos o desenho da musculatura perineal, vemos que os músculos são como parênteses.
Estamos habituados a vê-los em desenhos, em duas dimensões, de frente. Temos os músculos anteriores em cima, e os posteriores embaixo. Assim, ao olhar, pensamos em abrir o canal vaginal fazendo uma incisão na parte inferior do períneo, obliquo para evitar que se estenda até o esfíncter anal.
Mas, se olharmos para o períneo, na posição vertical, veremos que não temos em cima ou embaixo, pois tudo está no mesmo plano. Todo o períneo se abre simultaneamente em todas as direções. As lacerações ocorrem “também em cima”.
Ao incisarmos a parte posterior do músculo, dificultamos sua recuperação, pois a força centrífuga o fará ir para fora. Sua sutura não resolve a perda de elasticidade que ali ocorre no processo de cicatrização.
As queixas de dor são frequentes, mesmo quando não acontecem intercorrências, como deiscências da sutura e inflamações.
Ocorre a distensão muscular ao passar do neném e que voltam ao seu estado anterior de repouso.
O parto de cócoras facilita o nascimento e não ocorrem as ruturas que se previam quando o parto é feito deitado. Mas é isto que seria a causa do melhor estado perineal das índias com 10 filhos?
Já vimos que após o parto a amamentação é extensa. A secreção de ocitocina aumenta e com certeza atua na contração do útero, ligamento redondo e da musculatura perineal.
Voltamos aos hábitos depois do parto. O neném nasceu, é amamentado imediatamente. Pela sucção há mais liberação de ocitocina, os músculos se contraem, o útero diminui, as secreções são expulsas.
E depois sua mãe tem afazeres. Onde fica a criança?
Ela vai junto, nas costas ou do lado do corpo, que foi o que vi em vários lugares do mundo. (SLIDE 25 e 31)
Ao carregarem as crianças desde recém nascidas junto ao corpo, as mães e as crianças vão fortalecendo a musculatura. O peso do filho vai aumentando e a musculatura também se tonificando.
A mãe não senta em cadeiras. Senta-se de cócoras. Descansa nesta posição.
Ao se sentarem e levantarem, toda a musculatura é reforçada. O organismo humano funciona como um todo. Músculos não usados se atrofiam, exercitados fortalecem-se. É o que acontece com a musculatura perineal.
As posições de eliminação são verticais, de cócoras a mais comum. Ao acocorar-se o períneo se abre, o abdômen é comprimido. Ao deitarmos o períneo se fecha, e nossa musculatura relaxa.
Hoje a medicina esportiva relata o aumento das incontinências urinárias nas mulheres que praticam jogging, corrida e exercícios de pular.
A Cadeira e a Musculatura Perineal
A cadeira anula a musculatura perineal, que se atrofia. Em relação as desportistas é a associação da cadeira, com uma pressão sem antagonismo dos músculos perineais, aqui falando o músculo pubococcigeo. (SLIDE 5 e 7)
Baseado nos trabalhos de Arnold Kegel, 1948, que associava em 80% das incontinências urinárias com a atrofia dos músculos pubococcígeos, e desenvolveu um perineometro, para que com exercício houvesse uma alternativa ao tratamento cirúrgico, cuja falha relatava era de 30%.
Dr Moysés, iniciou a medida de mulheres índias e comparou-as com as de seu consultório privado.
As índias tinham pressões vaginais de até 80 mm Hg.
As civilizadas às vezes não conseguiam comprimir o perineometro. Não tinham consciência de sua musculatura.
As que tinham boa pressão chegavam a 40/60 mm Hg.
O controle da musculatura vaginal pode ser desenvolvido. Foi isto que Arnold Kegel demonstrou. Tanto no homem quanto na mulher.
Musculatura pubococcígea forte, aproxima o canal vaginal da glande clitoriana, proporcionando melhor contato com o pênis do parceiro.
Exercícios isotônicos com o perineometro, também se associaram com melhora da libido. Por tomar consciência de seu corpo, sem grande treinamento houve melhora em todo o grupo.
Custo social da IUE (Incontinência Urinária de Esforço) após 65 anos foi estimado em 3.941 dólares por pessoa. Isto significa 27,8 milhões de dólares.
16 milhões de americanos sofrem de IUE.
No estado de São Paulo foi publicado 18,2% de anorgasmia, sendo que 5% tem inibição sexual total.
A musculatura perineal se fortalece, pois relaxa e se abre quando agacha [postura de eliminação], e quando levanta contrai.
Como as meninas carregam suas irmãs mais novas, depois grávidas carregam seus primeiros filhos, com peso que vai aumentando a medida que crescem até 3 anos de idade, ou seja 5 ou 6 kg, o fortalecimento se dá por uma contração isotônica.
Ou seja os músculos contraem-se e relaxam-se, contra uma resistência progressiva.
Arnold Kegel – 84% de resultados com pubococcígeos relaxado, nas mulheres que se queixam de relaxamento genital.
E por que isto não é ensinado para as meninas?
De novo a visão de mundo do ocidente, permeado pela associação da sexualidade com pecado. Onde o se tocar era proibido e causava doenças. A falta de consciência causada pela ignorância de seu corpo, levou a associação dos órgãos genitais com os de eliminação, adquirindo a conotação de “sujo”.
O conceito do sexo como pecado não existe nestes grupos.
Episiotomia rompe as fibras, que podem cirurgicamente ficar reparadas mas perdem elasticidade. Afora infecções, dor e outras consequências possíveis.
Inúmeros trabalhos foram realizados para demonstrar a eficiência da fisioterapia na recuperação da musculatura pélvica.
Numa tese de mestrado em que participei realizando a medida da pressão vaginal antes do treinamento e depois, houve uma melhora da pressão vaginal e da libido.
A libido das participantes teve uma melhora imediata por terem tomando consciência de seu corpo. Da “musculatura esquecida” no Ocidente.
Entre as várias tecnologias inventadas pelos humanos, desde o fogo e a roda, uma nos interessa pelas consequências que causa e que tem responsabilidade direta com o tema da palestra. No começo do século XX, a invenção da luz elétrica, mudou nossos ciclos ligados a luz solar, deixando-nos mais tempo sob a influencia dos neurotransmissores ligados a vigília.
No estado de Utah, perto do “Great Salt Lake”, existe um lugar arqueológico chamado “Danger Cave”. As escavações arqueológicas mostram uma ocupação desde há 10 mil anos. Os registros arqueológicos mostram que as pessoas viveram mais ou menos com o mesmo estilo de vida durante quatrocentas gerações, utilizando as mesmas ferramentas em condições similares. As variações eram as das estações anuais. As formas de resolver os problemas se acumulavam por meio dos “anciões”.
A passagem do conhecimento era oral, através de histórias, de geração em geração.
Os caçadores que utilizaram lanças demoraram mais ou menos 5 mil anos para desenvolver um instrumento que os permitisse lançar com maior precisão. O arco e flecha demorou 4 mil anos para ser desenvolvido.
A agricultura e o cultivo do milho 2000 anos para ser domesticado e aparecer.
Tivemos no século XX, no período de uma vida mais diferenças que todos os 10 mil anos anteriores.
No entanto, foi uma tecnologia usada para demonstrar poder e status, que ao ser imitada e usada por todos causou, ao invés de uma melhoria, uma atrofia muscular que afetou a vida e o bem estar.
É a CADEIRA, que com seu encosto e assento, elimina a necessidade de tônus para nos manter, causando atrofia de toda a musculatura envolvida nos nossos processos.
A coluna vertebral quando numa posição que denominaríamos de autônoma, se ajusta e se alonga, alongando nosso tórax e abdômen. A percepção melhora, pois há expressão do volume circulante dos membros inferiores, havendo maior irrigação para o cérebro.
A caixa torácica se expande com maior facilidade, havendo melhor oxigenação.
O corpor humano é uma unidade, corpo, mente. O corpo é um campo de consciência.
De novo aqui entra a visão ocidental onde a mente foi separada do corpo. Os Deuses foram para o Olimpo, fora do mundo. Deus é visto como um Senhor de Barbas Brancas sentado num trono.
Sentar crianças com menos de seis meses, quando não tem ainda seu torso forte, facilita o refluxo gastresofágico. Senta-los prematuramente comprime a junção do esôfago com o estomago.
Ao ficar no torso da mãe, firmes isto previne e permite que o aparelho digestivo alongue-se apropriadamente.
A coluna vertebral apoiada e com as pernas fazendo ângulo de 90 graus entre o quadril, curva-se comprimindo as vértebras da coluna lombar, e exerce pressão maior na coluna cervical. Ou seja, ao invés de se manter tonificando e alongando, passa a ter zonas de pressão, por estarem os músculos relaxados.
Nossa musculatura perineal enfraquece, por ser substituída em sua função pela base da cadeira.
Sobrevém associado às mudanças do trânsito intestinal [a eliminação exige esforço sem antagonismo] as hemorroidas, os prolapsos e as incontinências urinárias, que se agravam e se tornam mais frequentes com a idade.
O ângulo de 90 graus, na articulação do quadril, exerce pressão no diafragma e todas as funções naturais dos órgãos internos e em volta do estomago são restringidas.
As veias varicosas acontecem com mais frequência, seja nas pernas, pelo ângulo reto do pé com as pernas, o que deixa a veia safena magna dilatada com pressão hidrostática maior.
O diafragma perineal horizontal cuja função é manter os órgãos internos em seus lugares, e permitir a eliminação, e também o ato sexual, é substituído pela base da cadeira.
Após anos de uma cultura de cadeira e mesa, estas cadeias musculares estão muito mais atrofiadas em relação a quem viveu numa cultura, de sentar-se em bancos baixos ou no chão.
Os problemas de coluna, dores tencionais, hérnias de disco são comuns na vida do civilizado. Ao sentar numa cadeira a pressão exercida na coluna lombar é 30% maior.
Nos que sentam em posturas autônomas, pode haver as lesões, mas não dão sintomas.
A postura de sentar-se sem apoio, uma postura autônoma, aumenta o tônus de toda a musculatura, e deixa a coluna reta sem esforço. A percepção melhora, pois ao estarem com as pernas e coxas contraídas, o sangue retorna ao coração, não havendo estase nos membros inferiores. O tônus abdominal aumenta, sustentando a postura ereta, ficando a coluna cervical sem tensão. A irrigação para o abdômen é maior, assim como para o cérebro. A respiração faz-se até o abdômen. O ar penetra mais profundamente, e também é mais bem expelido.
Em todas as minhas andanças deparei nas diversas culturas com a importância da postura para práticas que melhoravam a percepção.
Milarepa, um yogui tibetano, realizava uma prática de parar o calor vital na postura de cócoras [Tu Mo]. Nesta postura, deveria derreter a neve em sua volta.
Outra história, profética, desta cultura, que remonta há 2000 anos atrás, é que o próximo Buda, que aparece sempre sentado.
Fahrni, ortopedista canadense que ao radiografar colunas de 1500 indianos, encontrou vértebras lesadas, discos intervertebrais alterados, com ausência de dor.
Maria Montessori, médica italiana criadora das escolas sem carteiras, descobriu que crianças com síndrome de Down aprendem melhor sentadas no chão.
Podemos falar do efeito da cadeira para os homens, que é análogo, perdendo o poder de controle da ejaculação, pois é o mesmo músculo - o pubococcigeo - que controla o esfíncter urinário.
As cadeiras ancestrais refletiam as relações de poder entre os governantes e os governados.
As cadeiras nos dias atuais, nas casas, escolas, escritórios, também estabelecem diferenças entre homens e mulheres, empregadores e empregados, jovens e idosos.
Muitos europeus associavam as pessoas que sentavam no chão com os animais. “Cadeiras ou bancos altos são um dos degraus naturais para uma civilização mais elevada”.
Até hoje, os banheiros em que se defeca de cócoras, são ditos italianos pelos nórdicos, e turcos pelos italianos. Este artefato vem de um lugar mais “primitivo”, menos desenvolvido.
Um terço (no máximo metade) da população do mundo senta com um ângulo de 90 graus.
Quando a cadeira foi introduzida na África em 1481 pelos portugueses, os locais rapidamente a reconheceram como um símbolo de prestigio e poder.
A cadeira e o sentar-se em cadeiras tornaram-se um símbolo, e às vezes evidência direta da ocidentalização.
Gandhi rejeitou a cadeira, e continuou sentado na postura autônoma de pernas cruzadas.
Na China a cadeira foi introduzida no século II DC, e era chamada a “cama dos bárbaros [tudo que era estrangeiro era bárbaro]”
Era usada informalmente ao ar livre, nos campos de batalha, no jardim, como um móvel de viagem temporário.
Novecentos anos depois um novo tipo evolui, uma cadeira de abrir com encosto. Os chineses integraram a cadeira sem ser dominados por ela. Sentam-se até hoje em cadeiras sem encosto.
Os ocidentais estão presos às cadeiras. As aberturas das janelas, e toda a arquitetura são baseadas na altura das cadeiras.
O termo cadeira vem do grego – contração de cathedra, que por sua vez vem de kata – que significa baixo, e hedra que vem de sentar.
A cadeira é uma mobília, com um encosto, quatro pés, em que a pessoa senta. Assim é um trono.
A palavra trono tem outra origem: vem do indo-europeu, dhe, significando segurar ou suportar.
O trono suporta enquanto a cadeira é o lugar para sentar.
As cadeiras já existiam no Egito, 2850 AC. Muitos sentavam em cadeiras, mas p.e. os escribas trabalhavam de pernas cruzadas.
Em nenhuma das pinturas das cavernas pelo mundo afora foram achadas pinturas de cadeiras ou bancos.
Bibliografia
-Cranz,Galen The Chair Rethinking Culture, Body, and Design1998 W.W.&.Norton & Company / New York
9 - Comida, Contato e Curiosidade
Nós nascemos com várias necessidades:
- Sermos amamentados. O leite da mãe ainda é o melhor alimento.
- Necessitamos de contato.
Na segunda guerra mundial as crianças órfãs morriam mesmo sendo atendidas em berçários com todos os cuidados. Foi o psicólogo René Spitz, quem apontou para o fato.
- Outra necessidade bem importante é que somos Curiosos.
As crianças índias vão sacolejando nas costas da mãe, no ritmo que sacolejavam dentro do útero.
Agora participando, aprendendo, vendo o movimento do mercado, o passear das gentes, bocejando, dormindo. (SLIDE 25)
Hoje se comprova que as crianças quando vão participando, olhando pra frente são mais bem estimuladas, e com isto seu cérebro fica mais eficiente. -Gopnik Alison, The Philosofical Baby.
E o que acontece com a criança civilizada? Vai no carrinho deitada, olhando pro céu, como sua mãe quando o teve. Os dois olham o céu.
Trabalhos de neurociência estão demonstrando que a criança quando nasce tem uma mente como a de um cientista. Chegam a afirmar que são mais inteligentes que os adultos.
O carregar o neném andando para trás ou no carrinho diminui a possibilidade das crianças.
10 - Como é a vida destas mulheres?
Há uma mudança cultural, que se torna biológica.
Em todos estes grupos, e assim o foi até 100 anos atrás, o bom é ter muitos filhos. A infelicidade é não tê-los.
Nas reservas examinamos 1000 mulheres, a infertilidade acontecia em 0,5% em algumas delas.
São grupos que já estão em contato com os colonizadores europeus que ocuparam suas terras há 500 anos.
Não ficaram isoladas e tiveram contato com tuberculose, alterações alimentares, doenças infecciosas.
Estas mulheres têm 10 filhos. Amamentam dois anos. Não menstruam durante a amamentação, algumas até um ano ou mais após a parada da amamentação.
Existe um continuum de nascimentos no grupo.
Iniciam sua vida sexual após a menarca, 14 ou 15 anos, e engravidam. Quando estão na primeira gravidez, a sua mãe também está ainda engravidando. Já cuidaram de outras crianças, e suas filhas também o farão.
Quando tiver sua última criança, já será avó.
O nascer, o amamentar e o criar são constantes.
O que mudou nestes dois últimos séculos para a mulher civilizada?
Afora as alterações tecnológicas e a sua urbanização, em nível de organismo vivo, tem menos filhos e amamenta menos.
Traduzindo isto em Ciclos Menstruais
A mulher índia menstruava como exceção. Passava a partir da menarca, grávida ou amamentando. Menstruava uma vez e engravidava, muitas vezes engravidava sem ter menstruado.
Dos 30 anos de vida fértil [considerando a menarca aos 15 anos e a menopausa aos 45 anos], passa 27 anos grávida ou amamentando. Tem no máximo 100 menstruações.
Nas entrevistas que fiz com mulheres índias, ao perguntar quantas vezes havia menstruado, escutei:
- Nós não temos este vício.
Só me apercebi muito tempo depois, ao rever os filmes realizados, que a resposta era literal. Elas não menstruam.
Do fato da menstruação ser um episódio excepcional, é que pude entender os preceitos religiosas que consideram a menstruação como uma purificação.
Estive no interior da Índia, numa pequena cidade, Alkakot. Lá afora outros conhecimentos que me eram totalmente diferentes da minha realidade cultural, encontrei todas as mulheres que estavam menstruadas separadas. Era uma pequena casa, toda branca, em que as mais velhas cuidavam de todos os afazeres. As mulheres mais moças estavam resguardadas, não podiam participar de nada.
A mulher civilizada ao ter menos filhos, recebe uma ação estrogênica que a prepara para a concepção muito mais vezes. Menstrua 400 vezes na sua vida fértil e amamenta menos.
Isto determina um ambiente predominantemente de proliferação celular. O organismo prepara-se para o estro [cio]. Suas células se dividem e ficam prontas para que a fecundação ocorra. Ao não acontecer o organismo elimina a preparação dos seus órgãos e inicia novo ciclo menstrual.
As células não atingem a fase de maturidade. Não ficam grávidas, não produzem leite para nutrir. Não amadurecem como acontece quando atingem a fase de secreção Láctea. Não entram em repouso que é o que acontece após terem completado sua função.
Quanto mais gestações acontecerem mais células saem do estágio inicial e vão até o estágio de funcionamento e após de repouso.
A proteção aos órgãos - hormônio dependentes - é diminuída, e todas as alterações decorrentes deste status são mais frequentes. O organismo está predominantemente sob a ação estrogênica.
Hoje usamos milhões de produtos químicos diariamente.
Estes químicos são disruptores endócrinos. Ligam-se nos receptores de estrogênio das células vivas simulando estrogênios. São muito mais potentes que os produzidos pelos seres vivos.
Atuando nos receptores estes químicos atuam como potentes fatores de proliferação celular.
Torna-se o planeta estrogênico, com diminuição de sua fertilidade, com o aparecimento de hermafroditismo em mamíferos, como por exemplo, as baleias na foz do rio São Francisco que vem da região dos grandes lagos americanos. Houve aumento da incidência de câncer de mama, endometriose [imunodiferenciação].
A mulher civilizada está mais exposta aos efeitos do estrogênio, hormônio que propicia a fase proliferativa, não só por seu hormônio natural, mas também pelos eco estrogênios. Os eco estrogênios podem ser naturais e produzidos pela indústria química. Estes últimos atuam como estrogênios nos receptores das células. São definidos como disruptores endócrinos. São 400 vezes mais potentes. Um exemplo são as dioxinas.
Conclusão
Em resumo desta apresentação mostrei a vocês o depoimento de diversas parteiras tradicionais do Brasil, vivendo fora das cidades, algumas indígenas da Amazônia, outras do Sul do Brasil.
Mostrei imagens e dados de como viviam estas pessoas há mais de 35 anos atrás quando foram feitos estes filmes.
Comparei e mostrei como é o parto de cócoras, nos quais participei a partir de 1970.
Comparei o que acontece com a fisiologia do organismo quando mudamos a posição do parto de vertical para deitada.
É evidente, e aqui não entrei na história da obstetrícia, que o parto em todas as épocas e povos, sempre foi de regra vertical, de cócoras, de joelhos, apoiada ou não, de quatro. A exceção sempre foi deitar a mulher, considerada uma postura de risco.
Como informação que obtivemos do Prof. Caldeyro Barcia, que trabalhava com ocitocina com macacas, que quando estas eram deitadas o trabalho de parto cessava.
De Nicolas Assali, que estudava a fisiologia vascular em ovelhas grávidas, se as deitava de patas para cima, morriam.
Realcei a importância facilitadora da ligação materna infantil pela posição vertical, e a desagregação que causa a posição deitada. Acumulado pelo desconhecimento dos que assistem ao parto, com medidas deletérias e impeditivas com consequência para o comportamento.
Na sequência a importância dos hábitos que as mulheres índias têm e que fortalecem sua musculatura, inclusive a perineal, e sua função sexual, e que simultaneamente fortalecem os seus filhos, propiciando um maior desenvolvimento e bem estar.
Apontei isoladamente para uma das tecnologias mais deletérias:
Não me adentrei na vida sedentária, nem na alimentação.
Quis demonstrar o Continuum que é a Vida nestes grupos, onde o nascer, o amamentar é uma constante diária, e que é fruto e objetivo de alegria, apoiada que é a mãe, por todo o grupo nesta vivencia.
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Efeito Estrogênico - Eco Estrogênios
Como era de se esperar e ao contrário das civilizadas ao redor das reservas, onde o câncer de mama é o câncer com mais incidência no Brasil, não o encontramos entre as índias.
Encontrei apenas 1 caso, numa mulher que havia saído da reserva e não tinha tido filhos.
Sendo uma doença multifatorial, os principais fatores predisponentes, os disruptores endócrinos, não atuam da mesma forma que atuam nas mulheres ocidentais.
Nas mulheres de nossa cultura, que poucos filhos tem e pouco amamentam, seus receptores de estrogênio, são constantemente estimulados pelos hormônios naturais, também são estimulados pelos eco estrogênios sintéticos, químicos que atuam nos receptores, com muito mais potência. São denominados disruptores endócrinos.
Não só causam estimulo para a divisão celular, com suas possíveis mutações, como atuam na diferenciação celular, estimulando ou inibindo estas, causando alterações na fertilidade, esterilidade, e alterações sexuais, inclusive hermafroditismo.