Literatura Médica Hindu

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  • Posted on: 16 October 2018
  • By: claudio

Consultando dois autores clássicos da literatura médica hindu, Ayurveda, (Susruta, 600 anos a.C., e Caraka), encontra-se que o embrião era formado pela união do sêmen e elementos maternos com a alma (Puruscha) entrando com as "3 gunas" (qualidades da matéria: Satva, Raja, Tamas) simultaneamente.

 

Os hindus acreditavam que no primeiro mês o embrião tinha forma gelatinosa e na oitava semana, esferoidal. No terceiro mês, o broto das extremidades é notado. No quarto mês, o coração se desenvolve. No quinto mês, a consciência. No sexto mês, a inteligência. No sétimo mês, as extremidades estão desenvolvidas. No oitavo mês o elemento vital (Oyas) ainda não se instalou e se a criança nascer tem maior probabilidade de morte.

 

Coincide com o que é hoje descrito como "síndrome da membrana hialina," que acontece para alguns nenês que nascem nessa fase da gravidez e não conseguem realizar a perfusão de O2 e CO2 pelo pulmão, dado o processo não estar finalizado. Entre o 7º e o 9º mês o volume cerebral dobra. É dada muita ênfase aos cuidados pré-natais, tanto em relação ao corpo como à mente.

Desde o começo da gravidez Susruta recomendava que a mulher devia estar limpa, feliz e alegre. Caraka tinha recomendações dietéticas e contraindicava o uso de eméticos, purgativos e sangrias durante a gravidez. Conheciam diversos instrumentos para cranioclasia, diversas manobras obstétricas, como versão interna. Não descrevem o fórceps para retirar as crianças vivas.

A postura hindu de parturição, que aparece no nascimento do Buda Câkyamini, era de pé, apoiada por auxiliares, ou em uma árvore.

É a postura ainda usada neste século pelas mulheres madras, que se acocoram no chão.