Circulação

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  • Posted on: 25 September 2018
  • By: admin

Voltemos à circulação.

O útero com o nenê e os outros conteúdos pesa aproximadamente cinco quilos. O que acontece? O sangue que vem dos membros inferiores e que deságua na veia cava tem sua passagem diminuída nessa região, sendo represado nas pernas. Então, menor volume de sangue chega ao coração. O organismo acusa essa mensagem e aciona um mecanismo compensatório que visa proteger o coração e o cérebro.

Os vasos que levam sangue para os rins e para o útero são contraídos, para manter o volume de líquido circulante, pois esses são os órgãos de eliminação líquida.

E quem está dentro do útero? O nenê.

Quando o útero cai em cima da cava, o nenê recebe menos oxigênio, diretamente, pela compreensão da aorta e principalmente pelas consequências oriundas da compressão da veia cava. O sangue que vem do útero em direção à veia cava enfrenta uma pressão retrógrada maior, transmitindo-se até a placenta, facilitando os descolamentos prematuros. Isto se torna mais evidente em mulheres mais idosas com mais filhos, varizes e com tônus vascular diminuído.

Em 10% das mulheres grávidas a pressão arterial cai por essa causa, até casos extremos de choque por hipotensão supina. Em toda anestesia peridural isso ocorre, e os anestesistas empurram o útero para a esquerda para evitar a queda da pressão arterial.

Medimos a circunferência abdominal de 200 mulheres no nono mês de gestação nas posições de pé, cócoras e deitadas.

A circunferência diminuía 4 cm quando a futura mãe deitava, traduzindo a aproximação do útero à veia cava.

Uma das experiências que fizemos para verificar a influência da posição da gestante na dinâmica circulatória consistiu no seguinte: na veia femoral instalou-se um cateter ligado a um manômetro -  Pressure vein - localizando-o na veia cava e no átrio direito. Fez-se isto com uma paciente grávida, com insuficiência cardíaca, que ia ser submetida a cesariana. Mediu-se a pressão nas posições deitada, de cócoras, sentada e quando da anestesia peridural, nos diversos tempos da cirurgia.

Quanto maior a pressão menor o fluxo sanguíneo. A pressão eleva-se com o esforço na hora da contração uterina. Na veia cava inferior é maior deitada que nas outras posições. Quando se fez anestesia peridural, a pressão da veia cava mais que dobrou e só voltou aos níveis da posição sentada após a retirada da placenta.

A melhor posição é de cócoras sem esforço. As pernas fletidas espremem as veias dos membros inferiores em direção ao átrio direito.

A  pressão hidrostática  é maior entre o umbigo e o pube, onde de situa o útero, possibilitando uma melhor irrigação nessa região com sua consequente melhor oxigenação.

O esquema do canal do parto na posição horizontal mostra a diminuição pela alta de possibilidade de o osso sacro bascular para trás, apoiado que está numa superfície dura que é o leito.

O contrário acontece quando a pessoa fica de cócoras, toda a bacia pélvica pode expandir-se sem obstáculos.