O Contato e a Sensualidade
A repressão sexual, tentando imprimir uma moralidade, castigando o contato e a sensualidade, provocando pudor e vergonha, causou a confusão entre a eliminação e os órgãos da função sexual.
Houve a vinculação das atitudes sexuais com as atitudes entre os processos de eliminação e vice-versa. A imagem torna-se nebulosa, associada com sujeira e com a culpa, "Tira a mão daí!".
A eliminação exige isolamento e tem-se a separação sexual. O ato da eliminação é facilmente associado com a violação de tabus morais enraizados no Ocidente, como, por exemplo, o de não tocar os genitais em público ou de mantê-los ocultos dos demais.
O complexo de culpa gera tensão, o que faz com que a eliminação não se dê. É preciso pensar em outra coisa, relaxar, se distrair.
O binômio sexo-pecado permeia esses processos.
A elaboração da sexualidade no processo civilizatório imprimiu medo, culpa e deveres, transformando os desejos antes vitais do homem em desejos pervertidos, em ganância, poder e destruição.
Foi afastada, assim, a essência da sexualidade; sensualidade presente no cotidiano, com seus momentos de sensação de união com o todo.
O homem civilizado passou a defender-se dessa sensação com medo de perder-se.
Tanto o nascimento quanto o orgasmo têm a possibilidade de sensação de fusão com o todo, de êxtase, de amor.
Os dois momentos se relacionam. Para haver nascimento há de haver fecundação.
Afora as exceções religiosas, e o futuro que já chegou, a maioria precisa relacionar-se.